Prémio Nobel da Literatura 2010

Mario Vargas Llosa nasceu em 1936, em Arequipa, no Peru.
Professor universitário, académico e político, é uma personalidade intelectual de grande vulto e um dos mais importantes escritores da América Latina e do mundo.

O peruano, de 74 anos, foi distinguido "pela sua cartografia das estruturas de poder e pelas suas imagens mordazes da resistência, revolta e derrota dos indivíduos", justifica a Academia em comunicado divulgado poucos minutos após o anúncio do Nobel.

Mario Vargas Llosa sustenta-se a si próprio desde os 16 anos.
Casou cedo com uma tia mais velha e teve sete ofícios, de uma biblioteca a um cemitério. Porém, foi como jornalista que verdadeiramente iniciou a sua carreira nas Letras, até porque do muito que observou como repórter fez matéria-prima da sua ficção.
Estudou em Espanha e viveu muitos anos na Europa, tendo trabalhado em Paris e Londres. À docência universitária e à actividade literária acrescentou sempre um forte empenhamento social e político.
Chegou a ser candidato à Presidência do Peru, mas sobretudo é uma voz que se faz ouvir sobre o curso do mundo, através das suas crónicas e intervenções públicas. Exemplo disso é tudo o que tem escrito sobre o Iraque, onde esteve recentemente.
Foram devorados pelo tempo ou pelo desencanto os seus juvenis arroubos marxistas e a estima por Fidel e pela revolução cubana.
O escritor peruano privilegia hoje o liberalismo social, declarando o seu amor à ideia de liberdade e de democracia global.

Da sua vasta obra destaca-se:

• A Cidade e os Cães (Prémio Biblioteca Breve, 1962; Prémio da Crítica Espanhola, 1963),
• A Casa Verde (1967; Prémio Nacional do Romance do Peru, Prémio da Crítica Espanhola, Prémio Rómulo Gallegos),
• Conversa na Catedral (1969),
• Pantaleão e as Visitadoras (1973),
• A Tia Júlia e o Escrevedor (1977),
• A Guerra do Fim do Mundo (1981; Prémio Ritz-Hemingway – 1985), História de Mayta (1984),
• Quem Matou Palomino Molero? (1986),
• O Falador (1987),
• Elogio da Madrasta (1988),
• Lituma dos Andes (Prémio Planeta, 1993),
• Como Peixe na Água (1993),
• Os Cadernos de Dom Rigoberto (1997),
• Cartas a Um Jovem Romancista (1997),
• A Festa do Chibo (2000),
• Paraíso na Outra Esquina (2003).

Foi galardoado com muitos dos mais destacados prémios literários internacionais, entre eles o Prémio PEN/Nabokov, o Prémio Cervantes, o Prémio Príncipe das Astúrias e o Prémio Grinzane Cavour.

Travessuras da Menina Má é o seu mais recente romance.


Considero-me peruano, latino-americano, espanhol, europeu. Sou tudo isso, o que é um grande enriquecimento. Se pudesse ser mais coisas, melhor. Quando escrevo, alimento-me de tudo o que me rodeia, aproveito o que vou vivendo e a vida em torno da minha própria vida. Tudo o que estou a fazer, a ler ou a ver é canibalizado pelo livro que estou a escrever.

Um trabalho da EB 2,3 José Régio

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